terça-feira, 22 de novembro de 2011

SMS

"Estou lendo um livro. Sua cara! Passe-me seu endereço. Vou te mandar depois que acabar de ler... se você aceitar, claro!"

"Qual o nome do livro?"

"Malu de Bicicleta. Estou sem notebook, de novo..."

"Um cafajeste que se apaixona e acaba sendo traído. Cadê minha cara nisso? Hahaha. Por que sem note?"

"Estragou de vez. E é claro que é sua cara! Como você tá?"

"Porra, eu não quero ser corno! Hahaha. Serei sincero, eu tô no fundo do poço da montanha mais alta. Oscilações tremendas. Mas logo melhoro. E você?"

"O que aconteceu? Quer conversar sobre?"

"Nada. Apenas viagens minhas. E as novidades?"

"Nenhuma. Acho que estou apaixonada. Que merda!"

"Espere uma semana. Se não passar, do mundo do coração: se fo-deu."

"Vou seguir seu conselho. E as mulheres?"

"Cara, se houver possibilidade de relacionamento não existe problema. Vi a mulher que eu sonho em casar com outro cara muito feio. Não sei se sinto tristeza ou esperança..."

"Hahahahaha. Que foda!"

"E eu que estava pensando que ela fosse lésbica."

"Nunca se sabe! Até a morte há muita coisa a ser descoberta. 'Não importa de onde vem o prazer. O que realmente importa é que ele venha'“

"Não concordo com a frase... é muito ampla!"

"Hahahaha. Quem é a mulher?"

"Não tem facebook. Se chama Natali."

"Nome de sapata."

"Hahaha. Tem estilo de lésbica, mas não de sapata. Acho que devo ter problemas com isso... Só não se case!"

"Relaxa! Ta tudo sob controle... Sinto que sou uma hipócrita."

"Por negar o sentimento? Justifique sua resposta. (cinco linhas)"

Senti preguiça de responder a mensagem. Afinal, seria longa demais! Terminei de ler o livro, já era praticamente 1 da manhã.  Apaguei as luzes e deitei. Fiquei algum tempo observando as estrelas fluorescentes coladas no teto do meu quarto. Quis voltar a ter a idade que tinha quando as coloquei ali.

Por que sempre que estamos certos de algo, sempre que criamos teorias e as aceitamos com plena convicção, vem alguém e mostra que somos uma farsa? É como desmascarar um cientista renomado. É como provar a um religioso fervoroso que Deus talvez não exista. É como dizer a uma criança que Papai Noel é só um velho oportunista contratado para iludi-la.

Que bosta! Que bosta!  

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